Reconhecer que todos e cada um de nós tem apenas um único ponto de vista, e um único ponto de referência para perceber, tentar entender, e interagir com o universo…
Essa é uma proposição essencial, para o processo de individuação/auto-conhecimento (Ou Iluminação. Mais sobre isso outra hora), embora difícil de alcançar e até perigoso de encarar…
Corremos o risco de tornarmo-nos egoístas/egocêntricos em excesso, mesmo que, em essência, esse reconhecimento implique em nos descobrirmos nesse estado!
Como sempre, o excesso, ou falta, são os verdadeiros “pecados“… Falta de perspectiva, principalmente, neste caso…
Perspectiva é necessária para entender que por ser impossível “colocar-se no lugar” dos outros, simplesmente por não sermos outros e sim, nós, temos que compreender as diferenças de como os outros lidam com as situações e sentimentos, saber que eles também não podem “imaginar-se em nossa situação” e que portanto, não podemos “cobrar” esse ou aquele comportamento ou posição, nem ser cobrados em troca, em situações de cunho pessoal…
Não é lógico, ou sensível, querer impor padrões (salvo, claro, o princípio básico de não interferir na vontade alheia, sem necessidade) relativos a prazer, ou felicidade…
O que me dá prazer, pode ser entediante pra você…
O que me traz felicidade, pode ser indiferente, ou dispensável para outrem…
Não há “receitas de bolo“, as possibilidades são infinitas, e talvez seja esse o problema: ainda temos a “mentalidade de aldeia” (como citei em um dos últimos posts do predecessor deste blog), talvez pensar nas possibilidades infindas, na diversidade que a (também nossa) Natureza pede, seja assustador e por isso tendemos a criar “padrões aceitáveis“, esperados e tranqüilizadores, que paradoxalmente são alimentados por nossa natureza egocêntrica, que em uma de suas facetas, clama por controle, que exercemos mutuamente uns sobre os outros, seguindo esses “padrões“…
Bem… só pensando…